Há menos de um ano das eleições, existem pelo menos seis cotados para governador de Goiás. Claro, este cenário é o atual e provavelmente passará por mudanças até as convenções partidárias, que vão definir candidaturas e alianças. O ENTRELINHAS mostra os seis nomes mais cotados hoje e suas reais chances de serem confirmados candidatos até 31 de julho de 2022, final das convenções partidárias. Nesta listagem não estão possíveis candidaturas de partidos pequenos, especialmente os da esquerda, como PSOL e PCB.
Gustavo Mendanha (sem partido)
É considerado o nome na oposição em Goiás com o maior potencial de crescimento para 2022. Pelos seguintes fatores: é jovem, usa bem as redes sociais e tem facilidade para se comunicar. Também foi reeleito prefeito com mais de 95% dos votos de Aparecida de Goiânia e sua gestão municipal é bem avaliada na região metropolitana. Além disso, tem apoios do PL, PSB, Podemos, PTC e DC. Mas precisará de partidos maiores para ganhar musculatura eleitoral (apoiadores, chapas de deputados, um bom vice e candidato a senador competitivo, tempo no horário eleitoral, fundo partidário, estrutura de campanha, etc). O problema é que será o primeiro a tomar uma decisão caso queira mesmo disputar o governo de Goiás. Para isso, terá de deixar a administração da segunda maior cidade do Estado, sem garantias de que contará com uma boa aliança. Mas a chance de Gustavo decidir pela candidatura a governador é grande.
Jânio Darrot (Patriotas)
O ex-prefeito de Trindade e empresário foi um dos primeiros a se colocar como pré-candidatura a governador em Goiás. Embora tem se movimentado pouco, ao menos publicamente, mantém seu nome no jogo. No momento, não tem apoio declarado de nenhum outro partido e ainda é pouco conhecido no Estado. Entretanto, tem dito que nada disso lhe preocupa. Também só descarta aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado e acredita que muitos partidos, especialmente aqueles que ficarem frustrados por falta de espaço na chapa governista, estarão disponíveis para formarem coligações. Tem frisado que seu projeto eleitoral está de pé e não corre o risco de ser abortado ou ceder a cabeça de chapa para outro nome, ficando na vice ou na vaga para o Senado. É esperar até julho.
Marconi Perillo (PSDB)
O ex-governador é também cotado para disputar, pela quinta vez, o governo de Goiás. Embora ainda muitos avaliam que a chance maior é dele disputar a única vaga goiana para o Senado ou até mesmo uma das 17 cadeiras para a Câmara dos Deputados. Mas lideranças tucanas têm pedido com maior frequência nos últimos encontros regionais do PSDB sua candidatura ao governo. As últimas declarações de Marconi também demonstram para essa possibilidade. Ele sabe como poucos fazer campanha eleitoral em Goiás, embora tenha sofrido uma grande derrota em 2018, ficando apenas em quinto lugar para o Senado (e quando eram duas vagas). Por ora, não tem muitos aliados fora do PSDB para uma candidatura ao governo e pesquisas devem definir qual será a sua candidatura em 2022.
Ronaldo Caiado (DEM)
É o único nome certo para a eleição do próximo ano, quando tentará se reeleger governador. Até lá, seu novo partido (União Brasil) deverá estar oficialmente criado na Justiça Eleitoral. É também considerado hoje o nome mais forte para a eleição estadual. Tem personalidade forte, a máquina do Estado nas mãos, as contas do governo em dia e ainda dinheiro no caixa. Lançou novos programas sociais e promete realizar diversas obras de pequeno e médio portes. Terá uma aliança ainda maior que a de 2018, quando teve 12 partidos na coligação, a começar pelo MDB (que ficou em segundo lugar na eleição passada) e muito mais prefeitos aliados. A meta de Ronaldo Caiado é ganhar novamente no primeiro turno (em 2018 teve 59,6% dos votos dos goianos), mas sofre com os desgastes naturais de ser governo, principalmente com expectativas não atendidas para alguns segmentos do eleitorado.
Vitor Hugo (PSL)
O deputado federal quer disputar reeleição, mas se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisar de um candidato a governador no Estado, caberá ao seu fiel apoiador cumprir a missão. É certo que vai deixar o PSL e filiar no partido que Bolsonaro decidir disputar a eleição em 2022 (PL e PP são os mais cotados atualmente). Na eleição de 2018, o PSL estava na coligação de Ronaldo Caiado, que não fez palanque no primeiro turno para Bolsonaro em Goiás. O presidente teve 65,5% dos votos goianos no segundo turno. Ou seja: ter um candidato a governador não foi tão necessário naquela eleição. Mas, para 2022, o cenário deve ser outro, principalmente se o adversário for o ex-presidente Lula. O PT quer garantir palanque em Goiás. Mesmo que tenha de lançar candidatura própria ao governo estadual.
Wolmir Amado (PT)
O ex-reitor da PUC Goiás é hoje o mais cotado no PT para uma candidatura a governador, embora o partido não descarte apoiar nome de outro partido, desde que garanta um bom palanque para Lula no Estado. Condição que também dificulta aos petistas ampliar alianças. Pessoalmente, o projeto de Wolmir é ser candidato a deputado federal. Também é de interesse da cúpula nacional do PT, por conta do fundo partidário e tempo no horário eleitoral, ter nomes fortes para a Câmara dos Deputados. Nas duas últimas eleições estaduais, os candidatos petistas ao governo tiveram cerca de 10% dos votos goianos. A melhor chance foi em 2014, com Antônio Gomide, que desfrutava de uma gestão bem avaliada em Anápolis. Mas, ainda assim, não foi necessário para ser competitivo na eleição para governador. Portanto, é ainda difícil cravar que Wolmir será candidato ao governo em 2022.