Sem medo de enfrentar polêmicas este ano, como mostrou ontem o Entrelinhas Goiás, os vereadores de Goiânia agora pretende mexer num outro vespeiro: o aumento do subsídio que eles recebem. Na proposta de emenda à Lei Orgânica do Município para ampliar de 35 para 39 cadeiras na Câmara, apresentada pelo vice-presidente da Casa, Clécio Alves (MDB), também consta o reajuste dos vencimentos dos vereadores.
A proposta é de um reajuste de 21%, que passaria a valer só a partir de 2025, já que os subsídios de uma legislatura têm que ser fixados pela anterior. Se o projeto for aprovado, vai elevar de R$ 15,6 mil para R$ 18,9 mil o vencimento mensal. O aumento é amparados pela Constituição, que estabelece que o subsídio dos vereadores da capital pode ser equivalente a até 75% do que recebem os deputados estaduais, que hoje é R$ 25,3 mil.
Os vereadores poderiam ter feito esse aumento na legislatura passada e em 2020 Milton Mercês (Patriota), que não foi reeleito, chegou a apresentar a proposta. O projeto foi engavetado devido ao desgaste de fazer o reajuste no meio de uma pandemia. Esse item da proposta atual de emenda à Lei Orgânica não havia sido relevado publicamente e só se tornou público porque vazou um áudio de Clécio Alves falando sobre ele.
No final da tarde desta sexta-feira, a assessoria de Clécio Alves divulgou uma nota afirmando que a proposta não é dele, mas “uma propositura da Casa”. Diz também que “apesar, de ter colhido assinaturas no dia, o próprio vereador afirma que nem chegou a assinar o documento”. Clécio, que está à frente das articulações para aumentar as vagas na Câmara e os salários dos vereadores (e evidentemente conta com o respaldo dos seus pares), parece ter sentido que, desta vez, alguma dose de desgaste virá pela frente.