A implantação do BRT ligando Luziânia (GO), Brasília e o contorno de Goiânia foi defendida em debate da Comissão de Infraestrutura (CI) nesta quinta-feira (4/7). A reunião atendeu a requerimento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). “Essa audiência foi o pontapé inicial e agora precisamos ter a certeza de que um trabalho efetivo será executado para colocar em prática tudo o que foi discutido aqui”, disse.
Previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os projetos de BRT Eixo Sul e BRT Eixo Norte têm investimento estimado em R$ 28,3 bilhões até 2026. Os prefeitos Diego Sorgatto (Luziânia) e Pábio Correia Lopes (Valparaíso de Goiás) ressaltaram a diferença que a execução da obra fará na vida da população.
Pábio observou que Brasília depende da mão de obra das cidades do Entorno do Distrito Federal e classificou o projeto um dos maiores investimentos que o poder público pode executar na região. Ele sugeriu a criação de um grupo de trabalho para possibilitar avanços como a liberação de licenciamento ambiental e autorizações de construção sobre ferrovias que cortam a região.
“Depois dessa obra, a região será outra. Um transporte de qualidade e barato é o mínimo para garantir segurança ao usuário que se desloca todos os dias para fornecer sua mão de obra. São milhares de pessoas, e Goiás conhece essa necessidade, então hoje é um dia ímpar para o entorno “, disse.
Atraso
A secretária nacional de Transporte Rodoviário do Ministério dos Transportes, Viviane Esse, destacou a importância do empreendimento. Mas reconheceu que os estudos estão atrasados. Segundo a debatedora, o projeto carece de adequações, como a definição quanto às marginais que deverão ser criadas para comportar o BRT. Ela defendeu, por exemplo, que o estudo preveja uma gestão integrada do sistema.
“Esse atraso acaba sendo positivo porque temos tempo para discutir. Precisamos ter uma concessionária atuando nesse trecho, o que é fundamental, e devemos fazer isso de forma célere. Isso porque, mesmo que a gente não tivesse conflitos quanto à instalação do BRT e a implantação das marginais, a gente não teria como melhorar significativamente o nível de serviços”, afirmou.
Governança
Secretária do Entorno do Distrito Federal, do governo de Goiás, Maria Caroline Fleury de Lima afirmou que um grupo de trabalho liderado pelo Ministério dos Transportes tem dado resultados. Mas a governança quanto ao funcionamento do BRT ainda precisa ser definida.
“Estamos otimistas, mas o que a gente mais precisa hoje é da sensibilidade de todos os atores quanto à governança. Isso porque se o BRT estivesse pronto hoje, não poderíamos operacionalizá-lo, já que a gente precisa subsidiar esse transporte, buscando fontes alternativas de receita. E o grupo de trabalho também vai apresentar esse custo extra e de quanto deverá ser essa repartição”, disse.
Chefe da Unidade de Projetos da Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Fabiano dos Santos disse que R$ 1,5 bilhão é o valor destinado à execução do BRT Norte. Enquanto R$ 750 milhões estão orçados para a obra do BRT Sul, que envolve as regiões administrativas de Santa Maria e do Gama.
“O BRT é uma prioridade para nós. O Eixo Norte, por exemplo, terá a princípio 14 estações. Além disso, metrô, ciclovias, todos têm prioridade e atenção do governo do Distrito Federal”, enfatizou.
Leia também: Transporte público: tarifa zero aumenta número de passageiros