As principais entidades dos servidores públicos do Estado vão promover nesta terça-feira (8/3) uma assembleia-geral conjunta para avaliar a última proposta do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para a data-base do setor. A primeira proposta do governo, rejeitada pelos servidores, foi de uma recomposição de 5,5%. Na sexta-feira passada, quase dobrou o porcentual, para 10,1%. Os servidores pedem recomposição inflacionária de 25,5% referente apenas aos três primeiros anos do governo Caiado (2019 a 2021).
Em entrevista coletiva na sexta-feira, o governador afirmou que este (10,1%) é o porcentual máximo que o Estado pode arcar neste momento, sem descumprir as regras do Regime de Recuperação Fiscal, o qual Goiás aderiu no final do ano passado. Caiado lembrou novamente que os servidores estaduais estão sem reajuste na data-base desde 2016. O governo espera bater o martelo também nesta terça-feira.
“Essa revisão anual serve para tratar de forma isonômica todo servidor ativo e inativo”, disse o secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima. Ele afirmou que o governo Caiado tem uma política de valorização profissional que “já consolidou promoções, progressões e benefícios para quase 75 mil servidores da segurança pública, saúde e educação”.
A estratégia do governo parece ter surtido resultado. Embora os sindicalistas reclamem que o porcentual oferecido pelo governo apenas repõe a inflação de 2021 e que não há nenhuma sinalização do Estado sobre como será o pagamento do restante reivindicado, os sindicatos dos servidores não falam mais em possíveis paralisações.
A presidente do Sintego, Bia de Lima, por exemplo, afirmou que a proposta do governo não atende os servidores, mas que uma decisão (de aceitar ou recusar) será tomada pela maioria em assembleia. “Todas as entidades estarão discutindo a proposta do governo nesta terça-feira e vão decidir que rumos vamos tomar. Mas, queremos que todos os servidores decidam”, disse.
A assembleia-geral está sendo convocada pelo Fórum em Defesa dos Servidores e do Serviço Público de Goiás para às 10 horas de amanhã, em frente à antiga sede da Assembleia Legislativa de Goiás. Embora são mais de 40 sindicatos de servidores estaduais envolvidos, apenas os oito maiores participaram da reunião com o governo na sexta-feira passada.