As eleições municipais deste ano no Brasil deixaram claro que a esquerda, liderada pelo PT, está em grande dificuldade. Mas, também apontaram que a direta extrema, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não apresentou a mesma força de eleições recentes. Tem perdido terreno (leia-se votos) para uma nova direita, mais moderada e que dialoga com outras frentes políticas e ideológicas.
Quatro partidos ganharam força neste ano com esse novo cenário: União Brasil, MDB, PSD e Republicanos. E podem ganhar também a adesão dos Progressistas (PP), formando um novo eixo político no País. O PL tende a ficar isolado em aliança com poucas e pequenas legendas, apesar do alerta do presidente do partido, Valdemar Cosa Neto. Mas, quem manda de fato no partido é a família Bolsonaro.
Trata-se de uma nova direita, mais inclinada ao centro. Por isso, menos raivosa e mais tolerante. Não faz o mesmo barulho nas redes sociais que a direita radical, mas conseguiu eleger o maior número de prefeitos, nas capitais e em muitas cidades do interior.
Lideranças
Essa nova direita brasileira é liderada pelos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). Inclusive, deste trio pode sair a chapa para a eleição presidencial de 2026. Mas não são apenas os três governadores.
Tudo indica que o próximo presidente da Câmara dos Deputados será o jovem Hugo Motta (Republicanos-PB). O próximo presidente do Senado deverá ser Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes, é do MDB.
Todos esses partidos, que ensaiam liderar a nova direita brasileira na eleição presidencial de 2026, atualmente, integram o governo do presidente Lula (PT). Não se sabe ainda se o petista terá condições (eleitorais e de saúde) de disputar uma reeleição. Mas, é grande a possibilidade de, caso decida tentar um quarto mandato, não contar com o apoio destas quatro legendas.
Também não se sabe se Jair Bolsonaro conseguirá se tornar elegível para 2026. É mais provável que não. O que pode fazer o ex-presidente apoiar um nome desta nova direita. Ou, também é o mais provável, lançar um nome do PL. Talvez um de seus filhos, Flávio ou Eduardo Bolsonaro.