A votação do projeto que cria a Taxa de Limpeza Urbana (TLP) em Goiânia deve ser o grande teste político da Prefeitura no retorno dos trabalhos após o recesso do Legislativo, em agosto. Até agora, a administração Rogério Cruz (Republicanos) tem tido tranquilidade na aprovação de matérias de seu interesse, mas ainda não precisou de aprovar nenhuma tão desgastante quanto a que institui um valor para a coleta e manejo do lixo em Goiânia.
Vereadores da base do prefeito já começam a apontar defeitos no texto enviado à Câmara, como o fato de que não há definição de como se daria o cálculo do tributo. A coluna Giro, do Popular, mostra hoje que mesmo membros da base do prefeito temem os desgastes de concederem um cheque em branco para o Paço Municipal regulamentar os valores.
Não ajuda nos argumentos do Paço o fato da OAB-GO dizer que a criação do tributo não é obrigatório, de acordo com o novo Marco do Saneamento Básico. Bastaria, segundo a entidade, a gestão municipal alegar que a taxa já está embutida na cobrança do IPTU. Rogério Cruz construiu uma base forte na Câmara às custas de concessões aos vereadores que nenhum de seus antecessores fez. Se tiver que ceder ainda mais poder e espaços à Câmara, o custo de manutenção da sua base, que já é caro demais, pode se tornar inviável.