O ministro Dias Toffoli (STF) mandou apurar se a ONG Transparência Internacional (TI) recebeu e administrou recursos das multas impostas pela Lava Jato. Segundo a decisão, a entidade foi designada para administrar a aplicação de R$ 2,3 bilhões em investimentos sociais previstos no acordo de leniência da J&F.
A decisão responde a uma notícia-crime apresentada pelo deputado Rui Falcão (PT-SP). Em nota, a TI afirmou que “são falsas as informações”. Além de não ter recebido recursos das multas, a ONG disse que elaborou um parecer recomendando que o Ministério Público não determinasse a destinação desse dinheiro.
Na semana passada, Toffoli suspendeu multas impostas à empreiteira Novonor, antiga Odebrecht, no acordo de leniência da Lava Jato. O ministro do STF deu de ombros para a repercussão fortemente negativa à suspensão do pagamento de multas bilionárias da J&F e da Novonor e dobrou a aposta com uma briga para lá de audaciosa: contra a TI, respeitada no mundo inteiro por seu monitoramento justamente da… corrupção.
Um escândalo que parecia doméstico agora é internacional. No Índice de Percepção da Corrupção de 2023, feito pela TI, o Brasil caiu dez posições, para o pior desempenho desde 1995, 104º lugar entre 180 países. O relatório, que atribui a culpa ao governo Bolsonaro e ao primeiro ano do terceiro mandato de Lula, cita Dias Toffoli nove vezes.
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