Em mais um passo na direção de uma guerra comercial global, o presidente norte-americano Donald Trump (Republicanos) assinou uma ordem para implementar tarifas recíprocas a parceiros comerciais dos Estados Unidos.
A medida inclui não apenas taxas cobradas dos EUA, mas também imposto de importação, subsídios, câmbio e outros recursos que o republicano não considera justos. Segundo Trump, a medida é necessária para equilibrar relações “injustas” e impedir que outros países tenham vantagens comerciais.
Ele deixou claro que o seu objetivo final é forçar as empresas a levarem sua produção de volta para o território americano. “Se você fabrica seu produto nos EUA, não há tarifas”, disse.
Impacto no Brasil
O Brasil será um dos países com tarifas recíprocas devido à cobrança de uma taxa de 18% sobre o etanol estrangeiro. “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões para eles”, disse a Casa Branca em nota.
No Brasil, a tarifa média de importação sobre produtos americanos é de 12% a 13%, segundo a agência AFP, enquanto a média dos Estados Unidos para os itens brasileiros é de 3%.
Após o anúncio de Trump, o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reiterou que a intenção do governo brasileiro é manter o diálogo com as autoridades americanas, “conversando e ouvindo a iniciativa privada”.
Ele destacou que o memorando não é específico para o Brasil e é natural que o governo americano queira avaliar seu comércio exterior. “Reciprocidade não é alíquota igual, é onde você é mais competitivo você vende mais, onde é menos competitivo você compra, produtos que você não tem, você adquire. É nesse princípio que vamos trabalhar.”
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo está fazendo um balanço das tarifas americanas e ele acredita que há espaço para negociação. “A maneira como estão sendo anunciadas as medidas é um pouco confusa. Então, temos que aguardar para ter uma ideia do que é concreto e efetivo”, afirmou.