O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou nesta quarta-feira (26/10), por falta de provas o pedido da campanha de Jair Bolsonaro (PL) para investigar suposto boicote de rádios no Nordeste a inserções de rádio do presidente. Segundo o ministro, os dados apresentados para sustentar as acusações são inconsistentes.
“Não restam dúvidas de que os autores apontaram uma suposta fraude eleitoral às vésperas do segundo turno do pleito sem base documental crível, ausente. Portanto, qualquer indício mínimo de prova”, escreveu na decisão.
Por conta disso, Moraes acionou o procurador-geral eleitoral (e da República), Augusto Aras. Para apurar “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito” e mandou incluir o caso no inquérito das milícias digitais.
Um dos problemas com a denúncia é que os dados apresentados ao TSE pela equipe de Bolsonaro não provêm de uma auditoria. E sim de um software que faz monitoramento de audiência e apresenta sinais de inconsistência. Isto pode gerar dados imprecisos ou incompletos. Além disso, os dados fornecidos pelo PL omitem inserções de rádio realizadas.
Reação de Bolsonaro
Após o despacho do TSE, Bolsonaro interrompeu os compromissos de campanha, voltou ontem para Brasília e convocou os ministros e os comandantes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada. Em pronunciamento, ele anunciou que vai recorrer da decisão de Moraes. “Da nossa parte, iremos às últimas consequências dentro das 4 linhas da Constituição, fazer valer o que as nossas auditorias constataram”, disse.
“Está comprovado a diferenciação de tratamento dispensado a outro candidato, que poderia, não posso afirmar, até ter participação dele em algum momento. Em cidades que achava que iria bem, na nossa análise, pode ter havido outros fatores, mas se deve também às inserções, que fizeram a diferença ou deveriam ter feito”, afirmou.