Enquanto os apoiadores de Jair Bolsonaro defendem a volta da ditadura militar para acabar com qualquer vestígio comunista no Brasil, o presidente da República defendeu hoje parceria com a China, o maior e mais importante país comunista da atualidade. Foi hoje (09/9) no seu discurso de abertura na 13ª Cúpula do BRICS, sob a presidência da Índia, que tem como tema “Cooperação Intra-BRICS para Continuidade, Consolidação e Consenso”.
“A parceria com a China tem se mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é produzida com insumos originários da China”, disse o presidente. Aliás, um posicionamento bem diferente das declarações do presidente no início da pandemia no Brasil, no ano passado, quando atacou a China e duvidou da eficácia das vacinas produzidas pelo país comunista.
Nova postura
Bolsonaro também falou sobre ações do seu governo durante a crise sanitária e afirmou que a pandemia “dá sinais que perde força” por causa da vacinação. Vale lembrar que o presidente brasileiro chegou, no ano passado, a anunciar o fim da pandemia para outubro de 2020. “A pandemia de covid-19 dá sinais de que perde força. Com o avanço da vacinação, que no Brasil já alcança mais da metade da população com a primeira dose, e cerca de um terço com a imunização completa, em breve todas as atividades regulares serão definitivamente retomadas”, declarou o presidente brasileiro, mais uma vez, numa nova postura (agora defendendo a vacinação).
Bolsonaro também declarou que “o Brasil manifesta preocupação com o aumento do uso malicioso das tecnologias da informação e de comunicações”. O presidente defendeu o debate sobre o assunto pelas Nações Unidas e o fortalecimento das normas existentes sobre o tema. “Hoje, somos uma voz influente para as economias emergentes do mundo”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. O presidente da China, Xi Jinping, disse que é possível fazer um progresso “suave” e “sólido”. “Contanto que nos empenhemos e nos esforcemos, podemos fazer um progresso suave, sólido e sustentado na cooperação com os BRICS”, declarou.