A forte valorização nos preços dos imóveis em Goiás, uma das mais altas no País, tem preocupado os empresários do setor da construção civil. Motivo: o poder de renda dos trabalhadores e da classe média tem sido corroído pela inflação nos últimos dois anos, o que pode gerar problemas para a venda futura de imóveis residenciais no Estado.
“Nosso custo subiu muito acima da inflação do período”, afirma o presidente do Sinduscon-GO, Cezar Mortari, para justificar o aumento dos preços dos imóveis. A previsão é de que os preços continuem aumentando. “O reflexo do custo da mão de obra só não foi maior porque alguns foram admitidos há menos de 12 meses. Mas, com o tempo, esse aumento será incorporado”, prevê.
“Esse aumento acima da inflação em um setor tão estratégico é preocupante e exige medidas urgentes de controle da inflação”, diz Mortari. A preocupação é que o aumento nos preços ocorre em um cenário marcado pela estagnação da economia e a queda na renda dos trabalhadores. “Isso é muito ruim porque o poder de compra não vai acompanhar a valorização dos preços dos imóveis”, frisa.
O presidente do Sinduscon-GO diz que há aumentos benéficos para a economia, quando ocorre uma valorização orgânica, acompanhada de aumento na renda dos trabalhadores. Mas não é o caso da situação atual. “A inflação está alta, assim como os juros, parece que uma coisa alimenta a outra. É preciso que esse quadro mude”, alerta o empresário.
Depois de aumentos sucessivos nos custos dos insumos, a mão de obra tem sido a principal responsável pelo aumento do Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil em Goiás. Além da mão de obra, pesam também os aumentos dos preços do cimento, do concreto e do ferro. No acumulado deste ano, o CUB já teve alta de 9,3%, o dobro da inflação no mesmo período.
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