O senador Vanderlan Cardoso (PSD) comparou nesta quinta-feira (4/5) as invasões de terra promovidas pelo MST aos atos golpistas de 8 de janeiro. “São invasões arbitrárias. Não sei quem nesses dias comparou as ações do MST ao 8 de janeiro. É mais ou menos igual o que eles estão fazendo. Precisa de uma ação enérgica e que o presidente da República fale. Se ele é contra, que chegue para a imprensa e diga: ‘Eu sou contra essas invasões arbitrárias que estão acontecendo’. O governo precisa se posicionar e coibir”, disse o goiano.
Convém lembrar que Vanderlan Cardoso apoiou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado.
A declaração foi feita durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado. Participaram os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). Ambos defenderam a retomada do programa de reforma agrária, mas também criticaram invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
MST na comitiva
Fávaro disse que é papel do Estado promover a reforma agrária e defendeu a presença do líder do MST, João Pedro Stédile, na comitiva do presidente Lula em viagem à China, em abril passado. Segundo o ministro, as críticas à participação de Stédile são fruto de preconceito. “Ninguém fala dos mais de 100 empresários que acompanharam a comitiva. Por que não pode um líder social ir lá também para buscar oportunidades em causas sociais? Mas não tem posicionamento dúbio: invasão de terras não é legítimo. Não devemos apoiar”, frisou.
Paulo Teixeira afirmou que o governo Lula não tem “qualquer leniência” com a invasão de terras. “Isso é uma exigência do governo: com áreas ocupadas, não negociamos. Agora, faz seis anos que nenhum centímetro de terra é entregue para o povo brasileiro. O programa de reforma agraria acabou. O presidente Lula pretende anunciar em maio um programa de reforma agrária para 2023. Um programa que possa trazer não só a terra, mas infraestrutura, crédito e assistência técnica”, disse.
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