O senador Vanderlan Cardoso (PSD) nega que tenha interesse de disputar o governo de Goiás nas eleições deste ano e garante que o seu foco é 2026. Entretanto, intensificou a sua agenda no interior do Estado nos últimos meses e seus aliados mais próximos dizem o contrário. Nos bastidores, comenta-se que Vanderlan poderia surgir como o candidato em Goiás do presidente Jair Bolsonaro (PL), se a pré-candidatura do deputado federal Vitor Hugo (PL) de fato não decolar.
Nesta semana o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (PSD), que já tinha declarado apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB), disse que a sua primeira opção é Vanderlan. Segundo o jornal O Popular, o senador teria reclamado ao prefeito por ter antecipado apoio ao governador.
É sintomático. A principal base eleitoral de Vanderlan é Senador Canedo, cidade que administrou como prefeito por dois mandatos e também sede da sua empresa. A mudança de postura do atual prefeito não é por acaso. O senador pode, claro, ter a intenção de ajudar uma pré-candidatura do bolsonarista Vitor Hugo. Mas, curiosamente, tem acompanhado muito pouco a agenda de pré-campanha do deputado.
Mudança de rumos
Vanderlan já havia declarado, quando disputou a eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2020, apoio à reeleição de Caiado. Mudou de ideia, justificando não concordar com a escolha do governador de ter Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, como seu vice de chapa para a eleição deste ano. Claro, o emedebista se torna um forte concorrente para o senador em 2026, caso a sua aliança com Caiado seja vitoriosa neste ano.
No ano passado, Vanderlan chegou a cogitar uma pré-candidatura a governador para a eleição de 2022. Recuou e apostou suas fichas numa pré-candidatura de Henrique Meirelles para o Senado. E na chapa de Caiado. Seria um importante aliado para 2026, caso eleito. Mas, esse projeto morreu com a desistência neste ano de Meirelles disputar eleição por Goiás.
O PSD goiano, comandado por Vilmar Rocha, tenta agora lançar o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira, para o Senado. E na chapa de Caiado. Mas o deputado estadual ainda não demonstra muita empolgação com a ideia, embora não a descarte. Sem Lissauer na chapa do governador, não haveria muita dificuldade para o PSD estar em outra aliança, com outro projeto eleitoral.
Aliados de Vanderlan afirmam, inclusive, que esta aliança pode até mesmo envolver o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriotas), este como candidato a vice-governador ou para o Senado. Já Vitor Hugo poderia ser candidato a vice, senador ou tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados. Outro partido cobiçado é o Republicanos, que tem o deputado federal João Campos pré-candidato ao Senado e apoia a reeleição de Bolsonaro.
É uma costura complicada. Mas, como falta ainda pouco mais de três meses para as convenções partidárias, não pode ser descartada.