Era esperado: neste fim de semana foram identificados os primeiros casos em Goiás de pessoas infectadas pela variante ômicron da Covid-19, que já tem se espalhado mais rapidamente na Europa e Ásia. No Brasil, já são 11 casos confirmados: cinco em São Paulo, dois no Distrito Federal, dois no Rio Grande do Sul e agora dois em Goiás. Ainda há três notificações sendo investigadas.
Em Goiás, os dois primeiros foram identificados pela prefeitura de Aparecida de Goiânia. São duas mulheres que, até domingo (12/12), apresentavam sintomas apenas leves. Ambas são vacinadas. O prefeito Gustavo Mendanha explicou que as mulheres têm 20 e 46 anos de idade e a suspeita é que se contaminaram com um casal de missionários que veio de Luanda, capital da Angola, na África. Os missionários desembarcaram em Guarulhos (SP) em 3 de dezembro e fizeram o teste RT-PCR, que deu negativo. Depois, eles ficaram em Aparecida de Goiânia entre os dias 3 e 5 deste mês.
A Prefeitura de Goiânia anunciou que os passageiros que desembarcarem no Aeroporto Santa Genoveva a partir desta segunda-feira (13/12) serão testados contra a Covid-19. O objetivo é evitar a propagação de novas cepas do vírus, como a ômicron. Os passageiros que desembarcarem em Goiânia e pretenderem ficar na cidade por mais de cinco dias e testarem positivo, serão monitorados como forma de melhoria da vigilância em saúde, bem como dos casos de Covid-19. Detalhe: a testagem não será obrigatória.
O governo Bolsonaro deve editar nesta semana, talvez ainda nesta segunda-feira, uma portaria tornando obrigatória a apresentação do passaporte da vacina para entrada no Brasil. A decisão foi tomada no domingo em uma reunião interministerial convocada às pressas para correr atrás daquilo sobre o qual o Palácio do Planalto não tinha mais controle.
No sábado, o ministro Luís Roberto Barroso (STF) baixou uma liminar exigindo o passaporte. A medida já está em vigor desde então. A decisão ainda pode ser alterada — após a liminar, a ministra Rosa Weber enviou o texto de Barroso para o plenário virtual. Os dez ministros poderão votar entre a zero hora de quarta-feira e 23h59 de quinta. A ordem foi dada em uma ação da Rede Sustentabilidade. A Anvisa já havia pedido exigência do passaporte para quem entra no Brasil, mas o governo Bolsonaro resistia.
