Ao prestar seu primeiro depoimento nesta quinta-feira (10/8) à Polícia Federal após ser preso, o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, teve dois picos de pressão alta. Mas isso não impediu que ele respondesse às perguntas. Ele negou qualquer irregularidade na atuação da corporação no segundo turno.
E, questionado sobre um mapa encontrado no celular de uma ex-servidora do Ministério da Justiça com as localidades onde Lula havia tido mais de 75% dos votos no primeiro turno, Vasques disse que nunca viu o documento e não o utilizou para planejar as blitzes.
Já para a CPI de Atos Antidemocráticos do Distrito Federal, o ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Anderson Torres, disse que “nunca” sugeriu a Vasques que interferisse na eleição de 2022 e negou ter pedido mapeamento de eleitores. Já Lula afirmou que “tentaram corromper a PRF” para que os pobres não votassem. “Eles não contavam que Deus era maior que tudo isso, não contaram que íamos ganhar a eleição.”
Caso Cid
Uma semana após o segundo turno presidencial e a derrota de Bolsonaro, seu então ajudante de ordens Mauro Cid recebeu um e-mail de uma conta dos serviços de digitalização do Planalto com um arquivo que lista uma série de decisões do TSE e do STF “em desfavor” do ex-presidente. No fim de novembro, Cid enviou para seu próprio WhatsApp a minuta de um decreto para instalar estado de sítio com referências a “decisões inconstitucionais do STF”. O e-mail está sendo analisado pela CPMI do 8 de janeiro.
A CPMI também identificou que, apesar da troca do governo e da perda da função de ajudante de ordens, Cid acessou seu e-mail funcional da presidência ao menos 500 vezes em 2023. Em 15 de março, seu acesso foi bloqueado. Mesmo assim, durante três dias, ele tentou entrar na caixa de e-mails 99 vezes. Antes do bloqueio, ele chegou a receber roteiros de viagens de Lula e da equipe de segurança do presidente.
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